Em um contraste ousado entre a tradição religiosa e a estética contemporânea, surge uma imagem do Sagrado Coração de Jesus, pintada inteiramente em amarelo neon. O brilho intenso da cor fluorescente invade a cena sacra, oferecendo uma nova interpretação visual do sagrado. 
 
Esta imagem de Jesus, que tradicionalmente representa o amor divino e a compaixão, agora pulsa com uma energia irreverente e luminosa, como se buscasse uma conexão direta com a realidade moderna. O amarelo neon, com sua intensidade vibrante, transforma o simbolismo espiritual em algo palpável e urgente, sugerindo que o sagrado não é algo distante, mas presente e acessível, em um mundo saturado de estímulos.
 
A obra nos convida a repensar os limites entre o profano e o sagrado, entre a devoção e a modernidade. Ao escolher uma cor tão vívida e associada à cultura pop e à estética urbana, a peça não apenas homenageia o ícone cristão, mas também questiona sua relevância no contexto atual. 
 
Ao usar o amarelo neon, uma cor fortemente associada à cultura pop e ao consumo rápido, a obra subverte a reverência habitual dada a símbolos espirituais, estabelecendo um diálogo com os princípios do Pop Arte. Assim como artistas como Andy Warhol e Roy Lichtenstein transformaram objetos do cotidiano e ícones da cultura de massa em arte, essa peça utiliza a mesma estratégia de descontextualização para questionar a sacralidade e a imutabilidade dos símbolos religiosos. 
 
A vibrante cor neon, com sua energia comercial e visualmente intensa, aproxima o sagrado do consumismo e da efemeridade, propondo uma reflexão sobre como a religião e o espiritual podem ser reinterpretados e até mercantilizados no mundo moderno.