Inspirado pela energia vibrante da pop arte, esta peça transcende o objeto infantil que evoca conforto e afeto. As cores saturadas e irreais remetem ao universo de Andy Warhol ou Roy Lichtenstein, onde o comum ganha o brilho de um ícone. No entanto, a ausência de rosto no faz indagar: como reconhecer a ternura em algo que não tem expressão? Este urso não sorri, não observa, não fala — ele simplesmente existe, como um totem de memórias fragmentadas e sensações amplificadas.
 
O pelo alongado é quase exagerado, uma textura que convida ao toque. Suas cores vibrantes parecem berrar, quase como se quisessem se libertar da forma que as confina. É uma celebração do excesso, da artificialidade, e uma crítica à padronização dos sentimentos. No reino da infância, onde tudo é moldado para confortar, este urso desafia, desestabiliza e nos faz encarar aquilo que deixamos de ver quando crescemos.
 
O urso, torna-se um espelho simbólico das emoções contemporâneas: saturadas, ambíguas, artificiais. Ele nos obriga a perguntar: o que realmente buscamos quando olhamos para algo familiar? É conforto, ou o choque de algo que nos faz lembrar que a beleza também pode ser estranhamente desconcertante?